segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Imperfeição

Imperfeição

Hoje, só encontro pequenas lembranças do que chamava de felicidade. Lembranças vagas e passageiras que ainda estampam, por alguns instantes, um leve sorriso em meu rosto.
Não sou infeliz comigo mesmo. Apenas aguardo o momento certo para sentir profundamente e verdadeiramente este sentimento. Sem hesitar. Sem me enganar. Sem magoar a mim mesmo ou a qualquer outra que cruze o meu caminho.
Sei que não sou santo, nem perto chegarei. Que pequei mais de mil vezes com o mundo. Que deveria pensar antes de agir. Deveria ser menos possessivo, impulsivo.
Sei também que poucas vezes fui levado a sério, já fui iludido, magoado. Que não fui verdadeiramente amado.
Mas sei que não estou só no mundo, terei alguém pra me confortar. Deixo o tempo me guiar. Pois esperar não será em vão. Estou em busca de compreensão. Compreenda minha imperfeição.

Por: Diogo Borges

domingo, 22 de maio de 2011

Sofia

Minha dedicátoria à Sofia.

Sofia

Sofia, é com cada briga resolvida que vejo
Que todos neste mundo são divergentes
Mas nosso amor sincero ultrapassa qualquer obstáculo

Sofia, nos momentos mais difíceis, meus e teus,
Eu estarei de braços abertos te esperando
Junto ao nosso carinho, nosso amor

Sofia, são nas noites mais tristes e sombrias
Que tenho medo de, por um instante, soltar tua mão
E me perder de você, do meu caminho.

Sofia, mesmo que esse amor me flagele, serei forte
Pois aprendi que sem o sacrifício não há conquista
E sem te conquistar eu não terei você

Sofia, foi com você que encontrei a paz
Com você meus pesadelos não me assombram mais
E os sonhos maravilhosos dominaram as noites mal dormidas

Sofia, sou e sempre serei aquele que te protege
Que te aconselha, ao teu lado eternamente
Mais do que qualquer um aqui existente

Sofia, apenas compreenda-me, sinceramente te peço
Não há dor mais intensa do que acordar e não te ter
Não há tristeza mais profunda do que pensar em te perder

Sofia, declaro meu amor a ti com esses versos
Amor e carinho nessa lírica ao teu nome, melhor sentimento
Pra que seja gravada e marcada em cada pensamento.

Por: Diogo Borges Santos

Luto

Boa noiteeeee! Vou postar um soneto que eu fiz esses dias, num momento meio tenso!
Estou muito sumido, eu sei. Mas a vida está corrida! >.<

Luto

Meu amor não sorri mais pra mim
Eu senti a tristeza queimando
Era tarde, estava atrasado
Eu vejo tal represa em meu pranto

Minha vida não vê esperança
Eu ouvi os sussurros num canto
Do meu peito pedindo socorro
Eu senti, mas estava sonhando

Nasci, vivi, morri em amor
Por algum tal sentimento bruto
Algum algo não muito constante

Refletiu em alguém que não sou
Ainda de preto, o meu luto
O luto do coração amante

Por: Diogo Borges Santos

Imagens e Poesia #3

"E é assim um recomeço: umidece a boca e termina um beijo"

domingo, 13 de março de 2011

Imagens e Poesia #2


"Você diz que eu nunca aceito o não, mas você nunca me diz o sim.
-Larga dessa vergonha, tudo será menos difícil"

sábado, 12 de março de 2011

Pedro e Inês

Bom dia, boa tarde, boa noite!
Então tenho um poema novo, que me inspirei depois de uma aula de literatura lá do cursinho, a história de D. Pedro e Inês de Castro... história mais linda, precisava escrever algo inspirado nisso... claro que eu fiz pensando em alguém também neah *----*


Pedro e Inês

Sinta!O amor em nossas veias corre
O mais puro e verdadeiro que não morre
Faz minh'alma, faz minha vida plena
Me guarda, me envolve e me condena

Seja! O fruto do amor que amadurece
E protege do caos que acontece
Que a saudade faça valer a pena
Teu corpo, tua graça que me amena

Escrito em meu peito até a eternidade
Terá teu nome, a minha metade
Deixo para trás o que o passado fez

Vivo este amor, faço dele meu templo
Como fé e santidade eu o contemplo
Nosso amor tão forte, como o de Pedro e Inês.

Por: Diogo Borges Santos

Episódio de Dona Inês de Castro.

Olá galere, só pra postar esse Canto de Camões em Os Lusíadas:

Episódio de Dona Inês de Castro
(Os Lusíadas, Canto III, 118 a 135)

Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.

Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fernosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co sangue só da morte ladina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra hûa fraca dama delicada?

Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,

Pera o céu cristalino alevantando,
Com lágrimas, os olhos piedosos
(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos);
E despois, nos mininos atentando,
Que tão queridos tinha e tão mimosos,
Cuja orfindade como mãe temia,
Pera o avô cruel assi dizia:

(Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento,
E nas aves agrestes, que somente
Nas rapinas aéreas tem o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piedoso sentimento
Como co a mãe de Nino já mostraram,
E cos irmãos que Roma edificaram:

ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar hûa donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la),
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.

E se, vencendo a Maura resistência,
A morte sabes dar com fogo e ferro,
Sabe também dar vida, com clemência,
A quem peja perdê-la não fez erro.
Mas, se to assi merece esta inocência,
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,
Onde em lágrimas viva eternamente.

Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso a piedade
Que entre peitos humanos não achei.
Ali, co amor intrínseco e vontade
Naquele por quem mouro, criarei
Estas relíquias suas que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste.)

Queria perdoar-lhe o Rei benino,
Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra hûa dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais e cavaleiros?

Qual contra a linda moça Polycena,
Consolação extrema da mãe velha,
Porque a sombra de Aquiles a condena,
Co ferro o duro Pirro se aparelha;
Mas ela, os olhos, com que o ar serena
(Bem como paciente e mansa ovelha),
Na mísera mãe postos, que endoudece,
Ao duro sacrifício se oferece:

Tais contra Inês os brutos matadores,
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que despois a fez Rainha,
As espadas banhando e as brancas flores,
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, fervidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.

Bem puderas, ó Sol, da vista destes,
Teus raios apartar aquele dia,
Como da seva mesa de Tiestes,
Quando os filhos por mão de Atreu comia !
Vós, ó côncavos vales, que pudestes
A voz extrema ouvir da boca fria,
O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes,
Por muito grande espaço repetistes.

Assi como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lacivas maltratada
Da minina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está, morta, a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas e perdida
A branca e viva cor, co a doce vida.

As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.

Por: Luis Vaz de Camões